Nova Comédia Bracarense leva mais uma vez ao palco a peça "Palmeira 1909"

No próximo dia 23 de Fevereiro, a Nova Comédia Bracarense -  Companhia de Teatro Amador de Braga leva ao palco do auditório do Centro Cívico de Palmeira, em Braga, a peça "Palmeira 1909". Esta peça surgiu a partir de um repto feito em 2011 pelo Presidente da Katavus, Manuel Duarte, a Luís Miguel Marado no sentido deste se inspirar no texto da Monographia da Freguezia Rural de Palmeira para a realização de uma peça de teatro. Um trabalho que seria, então, exibido no contexto das comemorações do centenário daquela obra histórica, da autoria do engenheiro agrónomo do distrito de Braga, Agostinho Correia Pereira, no Centro Cívico da freguesia.
Monographia da Freguezia Rural de Palmeira foi publicada em 1912, inserida no boletim da Direcção Geral da Agricultura do antigo Ministério do Fomento. Resultou do trabalho de investigação premiado, no âmbito do decreto de 17 de Julho de 1909 que estabelecia um concurso anual de monografias de freguesias rurais. Este concurso determinava a definição das regiões e sub-regiões que apresentavam  algumas características sócio-geográficas e, neste contexto, seleccionar uma freguesia que as traduzisse. No caso da sub-região central de distrito de Braga (composta pelos concelhos de Braga, Vila Nova de Famalicão, a maior parte de Barcelos, Vila Verde, Amares, Póvoa de Lanhoso, Guimarães e Fafe) Palmeira foi a freguesia seleccionada para servir de modelo sociológico e geográfico a esta sub-região, e o trabalho desenvolvido pelo engenheiro, natural de Vila Real, mereceu direitos de publicação no boletim oficial da Direcção Geral de Agricultura em 1912.
Nesta peça de teatro escrita por Luis Miguel Marado e inspirada na monografia, reflecte-se a Palmeira da época, de uns pontos de vista e de outros. Além disso, traça-se um esboço da realidade nacional que a enquadra. 

Sinopse:

A peça relata o desaparecimento de Rui, um jovem de Palmeira com uma visão progressista, envolvido na luta pela implantação Republicana. A sua mãe, Teresa, está desesperada por encontrá-lo, mas esbarra as suas intenções no casmurro Agostinho, pai de Rui. Este, confiante de que as suas ideias de desenvolvimento se enquadram nos valores monárquicos e que os problemas de Palmeira não se devem à situação política, culpa desocupados como o seu filho, e outros a quem reconhece pouca ambição, pelo atraso que se faz sentir na agricultura e na sociedade aldeã.
Sucede-se, então, uma série de confrontos de ideias envolvendo uma moleira, amiga de longa data da família, D. Carminho; o proprietário das terras que Agostinho gere como caseiro, o Sr. Baptista; e, finalmente, com um insólito par de risíveis maltrapilhos, Tides e Martim. 

O espectáculo inicia-se às 21:45, é encenado por José Barros e tem direcção artística de Carlos Barbosa. As entradas têm o custo de 2 euros.

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